quinta-feira, outubro 18, 2012

Produto para evitar orelha de abano premia mãe empreendedora

Do Portal Terra


 A pequena prótese adesiva de silicone que mais parece uma lente de contato deve ser colocada atrás da orelha. Foto: Divulgação
A pequena prótese adesiva de silicone que mais parece uma lente de contato deve ser colocada atrás da orelhaFoto: Divulgação
Francisca Gamero ganhou o Prêmio de Excelência à Inovação para Mulheres Rurais, o Prêmio Neex (Nova Empresa Extremenha), e é finalista do Prêmio Empreendedor XXI do La Caixa e Enisa. Tudo por uma ideia que acabou virando um produto de sucesso, o Otostick. A pequena prótese adesiva de silicone que mais parece uma lente de contato deve ser colocada atrás da orelha, o que a mantém mais próxima à cabeça, em outras palavras, para evitar a "orelha de abano".
A história do produto começa em 2007, na pequena cidade de Don Benito, quando Francisca percebeu que a orelha de seu bebê de cinco meses estava dobrando quando ela estava no berço. Ela então começou a usar esparadrapo na pequena "mas, claro, sempre em casa", diz Francisca. Um dia, no entanto, ao chegar ao hospital com pressa, foi surpreendida pela pediatra, que explicou que aquilo não podia fazer mal e até ajudaria a manter mesmo as orelhas da menina no lugar.
A ideia de poder fazer um produto funcional foi concretizando-se à medida que ela explicava o que queria para pessoas próximas. "Francisca chegou à minha farmácia precisando de orientação e apoio para saber como fazer com o que ela tinha imaginado viesse a ser algo vendável de fato. E como empresário ¿ dono da minha farmácia ¿ eu logo vi que ela iria ter sucesso", explica Celso Blanco, farmacêutico vizinho da empreendedora.
A espanhola começou a frequentar palestras e cursos de empreendedorismo e percebeu que só conseguiria colocar no mercado um produto que estivesse aprovado pelas normas europeias. Então Francisca pediu ajuda para a Universidade de Extremadura e de Alicante, onde desenvolveram um protótipo de silicone; em outra frente, ela pesquisava se havia clientes para aquela prótese e analisava o que era preciso para obter todas as licenças. "Foi um trabalho de esforço conjunto para fazer o projeto dar certo", conta Francisca.
Em 2010, com o nome de Otostick, o produto começou a ser vendido nas farmácias espanholas com a proposta de acabar com a famigerada "orelha de abano". "Este é um tema simples, na verdade, então com muita vontade e bom humor, colocamos os primeiros cartazes e explicávamos para os clientes como funcionava a invenção", explica Blanco. "E era incrível ver como adolescentes, que tinham vergonha de prender o cabelo, agora podiam ir a um casamento, por exemplo, felizes da vida com um penteado que viram numa revista. Creio que psicologicamente funcionou muito bem, já que o efeito estético é imediato", conta.
Em menos de dois anos já foram vendidas cerca de 90 mil unidades em toda a Espanha e os pedidos não param de chegar. Hoje Francisca tem nove pessoas trabalhando com ela na Disras (nome da empresa que une as sílabas iniciais de Diana e Raquel, suas duas filhas) e sabe que o fracasso de outras experiências a ajudou muito. "Eu tive um supermercado e uma empresa de distribuição têxtil. As duas empresas faliram. Estou surpresa e orgulhosa do que estou construindo, mas sei que foi tudo o que passei que me ajudou a entender como fazer dar certo."
Otostick
Para crianças a partir dos três anos, o Otostick pode ser muito eficaz, segundo os pediatras, fazendo com que a orelha fique mais próxima à cabeça, já que elas ainda estão em formação. No entanto, os adultos também notam alguma diferença. "Uso todos os dias há quase dois anos e percebi que minhas orelhas já não estão tão afastadas. Coloco em uma das orelhas do meu filho também, pois noto que por dormir de lado, ela está dobrando", afirma a consumidora Yolanda Arenas, 31 anos.
Cada caixinha contém oito unidades do produto, que pode ser usado durante até 15 dias seguidos. Depois, o material adesivo se descola naturalmente da orelha e é preciso substituí-lo. "Quando começa a soltar eu tiro e coloco outro. Já não vivo sem ele, porque adoro usar o cabelo preso no alto, mas só agora posso sair por aí sem sentir vergonha", conta Yolanda. Mas Francisca adverte: "a prótese não é um milagre, é preciso ter paciência para ver resultados e, em alguns casos, somente uma cirurgia pode corrigir o problema".

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